Ensino
CARTOGRAFIAS INTENSIVAS EM EDUCAÇÃO
Para além do mapa representacional utilizado pela Geografia (dos universais de comunicação), Deleuze e Guattari (1994) nos apresentam a Cartografia como um modo de pensar e de fazer que exprime relações constitutivas de uma topografia de forças não visíveis pela ótica da razão clássica – dicotômica, binária e cujo cerne está na busca da unidade. Entendida como como ética de pesquisa, ela é capaz de sustentar as questões-problema que os projetos inauguram, sendo, portanto, tratada, durante a disciplina, como processo pelo qual as invenções em educação no contemporâneo podem ser acompanhadas, como estudo de pistas para um pensamento/movimento com a escrita, a pesquisa e a vida enquanto planos de composição. Se, como afirma Ana Godoy (2013, p. 209), “[...] menos que descrever o já visto, ou dar um contorno e uma localização ao já existente, parece haver nela, [na cartografia], primeiro, o impulso de trazer algo novo para o mundo”, a educação como invenção, perspectiva que será adotada ao longo de todo o semestre, se preocupará, sobretudo, com a busca dessa pequena novidade, ali onde ela, talvez, esteja a um passo de não se fazer escutar.
IMAGENS, GEOGRAFIAS E EDUCAÇÃO
A disciplina se propõe a investigar as imagens e as linguagens que lhes dão origem e sustentação, considerando que a dimensão pedagógica inerente a estas imagens atua nos processos de subjetivação e no pensamento acerca do espaço geográfico. Os focos analíticos serão tanto as imagens mais comumente consideradas como geográficas (mapas, fotografias aéreas, imagens orbitais), como aquelas presentes na produção material da geografia acadêmica e escolar (fotografias, cinema). Por elas, e com elas, traçaremos linhas de ações teórico-metodológicas e políticas capazes de nos instigar para além do já dado, para outras geografias possíveis em outros processos de educação.
ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO EM GEOGRAFIA III
A disciplina de Estágio Curricular Supervisionado em Geografia III é ofertada na sétima fase do curso de licenciatura em Geografia da Universidade Estadual de Santa Catarina (UDESC). Desde 2018, temos trabalhado em espaços não formais de educação, como no Monumento Natural Municipal da Lagoa do Peri (MONA da Lagoa do Peri) e no Parque Estadual da Serra do Tabuleiro. Os trabalhos aqui apresentados são os projetos finais realizados nesses espaços pelos alunos da disciplina.
Ementa da disciplina:
A formação do educador/pesquisador em Geografia em campo: observação, elaboração e desenvolvimento de projetos e/ou oficinas de aprendizagem em espaços formais e/ou não formais de educação. Pesquisa temática e de estratégias educacionais; avaliação da aprendizagem; escrita como registro reflexivo; relatório da experiência; seminário de socialização do estágio.
PIBID GEOGRAFIA
Este é um grupo formado a partir de estudantes do curso de geografia da UDESC, que participam como bolsistas e voluntários do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) e do Programa Residência Pedagógica. Unindo estudantes de fases iniciais e finais, o programa proporciona a inserção dos estudantes no ambiente escolar, futuro palco de atuação profissional, contribuindo para a formação acadêmica dos estudantes de licenciatura.
As atividades do grupo dividem-se em dois momentos: um primeiro momento de reunião e aprofundamento teórico, e um segundo momento, na sala de aula, de aplicação dos projetos e acompanhamento das atividades docentes.
Divididos em grupos de três ou dois participantes, os pibidianos acompanham os projetos realizados nas escolas parceiras, oferecem apoio pedagógico, além de implementarem projetos próprios do grupo, como o Geocurtas, que busca trabalhar os conteúdos geográficos com auxílio de ferramentas audiovisuais.
GEOCURTAS
O Projeto Geocurtas nasceu vinculado às atividades do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência. Em suas primeiras versões teve como objetivo apresentar uma geografia escolar, por meio de produções audiovisuais, para além dos conteúdos das salas de aula. As atividades aconteciam semanalmente em escolas de educação básica e estava organizada em duas frentes, a exibição de filmes e um momento para debate e conversas com os estudantes. O Geocurtas buscava exibir filmes e documentários em sua maioria de produção nacional, apoiado na lei 13.006, de junho de 2014, que determina a exibição de filmes de produção nacional como componente curricular complementar integrado à proposta pedagógica da escola, sendo a sua exibição obrigatória por, no mínimo, duas horas mensais. A nossa preocupação era exibir filmes com temáticas relevantes que poderiam ser problematizadas e discutidas na escola.
Atualmente, o projeto foi recuperado com o objetivo de criar com as imagens audiovisuais produções que representem a experiência dos acadêmicos em espaços formais e/ou não formais de educação. As atividades estão distribuídas tanto nas ações do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID Geografia, como nas disciplinas de Estágio Curricular Supervisionado em Geografia I, II e III.
NOSSAS PRODUÇÕES
Audiovisual produzido a partir das experiências do PIBID Geografia UDESC com a turma do sétimo ano (E.F.) da escola Dilma Lúcia dos Santos, em Florianópolis/SC. Os jogos lúdicos são uma maneira muito interessante de envolver os estudantes de forma divertida, mas ainda focada no assunto da aula. Acervo PIBID, 2018.
Audiovisual resultado de um semestre de trabalho do PIBID Geografia UDESC com a escola Dilma Lúcia dos Santos. A partir da música, a turma de sexto ano realizou saídas de campo para os locais citados na música, identificando nos mesmos elementos geográficos que auxiliariam nas atividades em sala de aula após a saída. Acervo PIBID, 2018.
Após conviver na escola Porto do Rio Tavares e identificar as problemáticas presentes naquele espaço escolar, o grupo PIBID produziu um audiovisual em defesa da escola e melhorias na mesma, mobilizando estudantes, professores e ex-membros da escola. Acervo PIBID, 2018.
Curta-metragem experimental e desprovido de coerência técnica. Fala sobre as naturezas, a primeira e a segunda. Sobre a cidade e a sobreposição dela com o que estava antes e o que tende a vir depois.
TECENDO ARTICULAÇÕES ENTRE
MICHEL FOUCAULT E A GEOGRAFIA
Curso de ensino organizado por:
Profa. Dra. Ana Paula Nunes Chaves (DGEO - UDESC);
Profa. Ma. Carolina Villada Castro (Universidade de Antioquia Medellín - Colombia);
Camila Benatti Policastro (UDESC);
Luiz Jayme de Souza Neto (UDESC).
​
REFERÊNCIAS UTILIZADAS
FOUCAULT, Michel. Segurança, território e população: curso dado no Collège de France (1977-1978). Tradução de Eduardo Brandão. São Paulo: Martins Fontes, 2008.
FOUCAULT, Michel. Outros espaços. In: MOTTA, Manoel Barros de (Org.). Estética: Literatura e Pintura, Música e Cinema. Ditos e Escritos III. Trad. Inês Dourado Barbosa. 2ª ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, p. 414-424, 2013.
​HAESBAERT, Rogério. E Foucault continua provocando os geógrafos... GEOgraphia. v. 10, n. 19, p. 154-159, 2008.
​REVEL, Judith. Michel Foucault: conceitos essenciais. Trad. Maria do Rosário Gregolin, Nilton Milanez, Carlos Piovesani. – São Carlos: Claraluz, 2005.
​VALVERDE, Rodrigo Ramos Hospodar Felippe. Sobre espaço público e heterotopia. Geosul, Florianópolis, v. 24, n. 48, p 7-26, jul./dez. 2009.
​VALVERDE, Rodrigo Ramos Hospodar Felippe. Cracolândia: a heterotopia de um espaço público. Boletim Campineiro de Geografia, v-5, n.2, 2015.
​Os espelhos distorcidos de Foucault: limites para o entendimento das espacialidades (vídeo).